O Acordo de Bom-Senso-Tácito
É de conhecimento absoluta e vulgarmente comum o fato de que, principalmente em um sistema de massificação e intensificação social, o choque entre gerações subseqüentes seja inevitável.
Infelizmente, os mecanismos psíquicos do desenvolvimento humano nas presentes condições civilizatórias impedem à maior parte dos indivíduos uma adaptação real-time satisfatória. É por esta razão que se torna impossível a paz absoluta entre o imaginário de diferentes gerações.
Contribui também, imensamente, nesta direção, o fato de que a atribuição automática e inexorável de autoridade paterna (no sentido plural que inclui tanto mãe quanto pai) implica em responsabilidade de formação de caráter.
Temos, portanto, o evento bélico de responsabilidade moral ultrapassada sobre um futuro incerto e caótico (na perspectiva da autoridade) contra uma vanguarda tão ou mais incerta de seus rumos – com a única inefável certeza (tanto empirica – “sabemos” em termos práticos que se fizermos exatamente o que nossos pais implícita e explicitamente nos impuserem seremos antiquados, infelizes e ativamente retrógrados – quanto em termos subjetivos “sentimo-nos” impelidos à contestação da autoridade – uma força propulsora do instinto progressista da psiquê civilizada – na fase consolidadora de caráter: o período de adolescência prolongado em que sua existência é inextricável economicamente da autoridade paterna).
A contra-partida é o bom-senso-tácito por parte da autoridade. A partir deste momento, trabalharei em um nível mais inconscientizado – que é mais conveniente e eficiente à propagação e manutenção da vida.
De forma implícita, eventualmente à própria autoridade, perpetua-se a noção subjetiva de que o limite prático é superficial e imagético: com tanto que a autoridade não tome conhecimento objetivo dos eventos e/ou práticas cotidianas que sua formação moral desaprovaria irrevogavelmente em sua prole (sem possibilidade de alteração por vias argumentativas da contra-parte hierarquicamente inferior), tudo corre bem.
E, embora aparentemente tosco, primitivo e superficial demais, essa característica foi perpetuada ao longo de gerações e gerações. Não entrarei na questão de se foi ela a principal responsável pelo mal-estar da civilização pós-moderna, mas partirei do princípio de que ela “funcionou”, simplesmente porque estamos aqui, vivendo, subvivendo, sobrevivendo e pós-vivendo, de forma absolutamente funcional para os parametros da própria autoridade global cristã-capitalista (protestante?).
A questão que nos resta é: como?
A minha resposta é relativamente simples: o amperímetro de ética pós-moderna é majoritariamente estético. As autoridades individuais funcionam como eficiente parâmetro global, de forma que se é possível que sua autoridade pessoal, extremamente próxima física e psiquicamente à existência do hierarquicamente inferior, ao longo do prolongado período de adolescência, desconheça as práticas repreensíveis, a seus valores individuais (harmônicos aos parâmetros globais – que, na ética estética da pós-modernidade constituem O Parâmetro), é perfeitamente concebível que aparentemente, sua existência não constitua em falha (conceito aristocrático, mas perfeitamente utilizável no sentido subjetivo do parâmetro da autoridade que órbita psiquicamente entre sucesso e falha para sua prole, analogamente aos parâmetros da seleção natural).
Infelizmente, os mecanismos psíquicos do desenvolvimento humano nas presentes condições civilizatórias impedem à maior parte dos indivíduos uma adaptação real-time satisfatória. É por esta razão que se torna impossível a paz absoluta entre o imaginário de diferentes gerações.
Contribui também, imensamente, nesta direção, o fato de que a atribuição automática e inexorável de autoridade paterna (no sentido plural que inclui tanto mãe quanto pai) implica em responsabilidade de formação de caráter.
Temos, portanto, o evento bélico de responsabilidade moral ultrapassada sobre um futuro incerto e caótico (na perspectiva da autoridade) contra uma vanguarda tão ou mais incerta de seus rumos – com a única inefável certeza (tanto empirica – “sabemos” em termos práticos que se fizermos exatamente o que nossos pais implícita e explicitamente nos impuserem seremos antiquados, infelizes e ativamente retrógrados – quanto em termos subjetivos “sentimo-nos” impelidos à contestação da autoridade – uma força propulsora do instinto progressista da psiquê civilizada – na fase consolidadora de caráter: o período de adolescência prolongado em que sua existência é inextricável economicamente da autoridade paterna).
A contra-partida é o bom-senso-tácito por parte da autoridade. A partir deste momento, trabalharei em um nível mais inconscientizado – que é mais conveniente e eficiente à propagação e manutenção da vida.
De forma implícita, eventualmente à própria autoridade, perpetua-se a noção subjetiva de que o limite prático é superficial e imagético: com tanto que a autoridade não tome conhecimento objetivo dos eventos e/ou práticas cotidianas que sua formação moral desaprovaria irrevogavelmente em sua prole (sem possibilidade de alteração por vias argumentativas da contra-parte hierarquicamente inferior), tudo corre bem.
E, embora aparentemente tosco, primitivo e superficial demais, essa característica foi perpetuada ao longo de gerações e gerações. Não entrarei na questão de se foi ela a principal responsável pelo mal-estar da civilização pós-moderna, mas partirei do princípio de que ela “funcionou”, simplesmente porque estamos aqui, vivendo, subvivendo, sobrevivendo e pós-vivendo, de forma absolutamente funcional para os parametros da própria autoridade global cristã-capitalista (protestante?).
A questão que nos resta é: como?
A minha resposta é relativamente simples: o amperímetro de ética pós-moderna é majoritariamente estético. As autoridades individuais funcionam como eficiente parâmetro global, de forma que se é possível que sua autoridade pessoal, extremamente próxima física e psiquicamente à existência do hierarquicamente inferior, ao longo do prolongado período de adolescência, desconheça as práticas repreensíveis, a seus valores individuais (harmônicos aos parâmetros globais – que, na ética estética da pós-modernidade constituem O Parâmetro), é perfeitamente concebível que aparentemente, sua existência não constitua em falha (conceito aristocrático, mas perfeitamente utilizável no sentido subjetivo do parâmetro da autoridade que órbita psiquicamente entre sucesso e falha para sua prole, analogamente aos parâmetros da seleção natural).