Dysfemismo

Wednesday, November 21, 2007

O Segredo Desvelado*

O Segredo é retro-condicionamento. Condicionamento funciona assim: existe o ser-psíquico e o meio. As alterações no meio produzem efeito condicionador no ser-psíquico de forma a alterar sua percepção.

O retro-condicionamento, por outro lado, é o efeito retro-condicionador que o ser-psíquico produz no meio através da alteração consciente de sua percepção.

O meio pode ser controlado, mas, com a percepção alterada (ou seja, condiconado), o ser psíquico fica preso. É um mecanismo extremamente útil, mas com a contra-partida de causar depressão, dor e sofrimento. Funciona – reproduzimo-nos, inclusive, em maior grau do que se fossemos mais felizes e menos condicionáveis – e, portanto, a informação genética se propaga pelo pool.

Controlando, no entanto, a sua percepção, pode-se não só sair da prisão como também alterar o meio. Mostrar pra ele quem é que manda.

Eis O Segredo.

*piada hermética

Monday, November 19, 2007

Reprodução (Continuação)

Eu realmente acredito que qualquer ser puramente racional saberia ser um absurdo colocar inconsequentemente uma vida no mundo e em seguida responsabilizá-la - sem nenhum fundamento lógico - por isto, só porque todo mundo está fazendo.

Consultem aquela parcela imaculada de vossas glandulas pineais e saberão disso.

Os animais matam-se uns aos outros, trepam com irmãs e filhos até que a seleção natural adeque a espécie a esta mordomia, etc., etc., mas a razão nos conduz inevitavelmente a não proceder desta forma.

Nossa parcela de pensamento racional permite a maior parte dos macacos pelados a irem até aí.

Porém, infelizmente, como somos só parcialmente racionais: quando se trata de reprodução, declaramos o assunto inconclusivo e difícil demais, e partimos pra putaria.

Não é, no entanto, meu estilo.

Vocês podem continuar populando o mundo o quanto quiserem, podem trepar com suas irmãs e matarem-se uns aos outros. Não me importa se querem agir como animais.
Nem me importa se querem pensar como animais.

E a questão aqui não é se eu vou ou não proceder como um animal, mas se eu vou pensar como um.

Pois este - meu blog - é um templo da razão, e não um bordel de cães.

Tuesday, November 13, 2007

Felicidade

A vida exige uma – e apenas uma – competência para que um indivíduo possa viver. Ela se chama Entorpecimento. A única forma natural de nascer com esta competência é de ordem psíquica: consiste em mecanismos de não entrar em contato com a horrível realidade.

As duas principais formas artificiais de complementar esta competência – são os dois grandes Ds da humanidade: Drogas e Deuses.

Não há civilização sem entorpecimento porque não há felicidade sem entorpecimento.

Não há civilização sem Deuses nem sem Drogas porque todas aquelas que porventura tenham se constituído dessa forma pereceram em suicídio ou extermínio coletivos por incompetência global decorrente desta incapacidade de esconder-se da própria inexorável miséria.

Como nossas capacidades psíquicas não são tão efetivas, as chances de um ser humano subsistir apenas pelo entorpecimento natural são remotas, de forma que algum dos Ds – mais frequentemente ambos – necessariamente advirá (ainda que existam formas racionais e sutis de entorpecer-se através de um raciocínio oblíquo que leve a conclusões falsas, porém, agradáveis).

A estupidez auto-conservativa da maior parte das civilizações consiste em eleger apenas um número limitado de Deuses e de Drogas efetivos moralmente lícitos para o entorpecimento – desprezando e execrando todos aqueles que os subvertem - e a estupidez da maior parte das pessoas consiste em efetivamente acreditar nesta estupidez.

E a vergonha de toda geração consiste em ignorar que a geração subseqüente só poderá deixar de tocar nos paradigmas da anterior – tão instáveis e sutis pelo seu caráter necessariamente contingente, já que novos fatos implicam em novas realidades dolorosas – se a vida não apresentar absolutamente nenhuma nova miséria.

A nossa história, no entanto, evidencia o contrário: os Ds da geração anterior são cada vez menos efetivos para os novos problemas, e isto em si constitui o maior dos problemas, porque a geração anterior é a geração da tradição que deverá te receber como membro do coletivo (reconhecendo sua humanidade) e que não o fará de forma completa (ou seja, não reconhecerá sua validade absoluta como ser humano, mas apenas relativamente ao respeito de seus paradigmas) alegando auto-evidências historicamente construídas com o intuito implícito de auto-preservação.

As novas gerações são, portanto, cada vez mais mal recebidas pelas antigas, de forma que lhes restam apenas três igualmente péssimas opções: adestramento, falsidade ou rompimento apocalíptico. O primeiro torna-se cada vez menos comum, o segundo cada vez mais comum – devido à elevação exponencial do grau de rompimento paradigmático -, e o terceiro é e sempre será raro.

A única solução possível é a constatação de que o objetivo, o fim último, de cada indivíduo e de cada geração, é exatamente o mesmo: a Felicidade.

Felicidade esta que só pode ser constatada como fim último pela óbvia realidade prática: somos todos infelizes quando sóbrios.
Mas nossa felicidade entorpecida é frágil demais para que o rompimento de paradigma possa ser invocado como justificativa para a abominação da geração futura.

Pois se há algo que nos une uns aos outros como seres humanos é a infelicidade objetiva e a felicidade distante como fim último – possível apenas pelo entorpecimento.

Reconhecer isto é aceitar o outro como ser humano, e negar-lhe esta possibilidade é negar seu direito de Perseguir a felicidade pelos seus próprios meios, ainda que estes não entrem em conflito com a Perseguição da geração anterior (que, geralmente, já se estabeleceu de forma suficientemente estável para conseguir conviver com o advento de novos paradigmas).

O conflito ocorre porque a geração anterior julga ser auto-evidente que a Perseguição da felicidade da geração futura em desacordo com seus paradigmas (todos eles meticulosamente articulados para a manutenção da sua sutil e instável possibilidade de entorpecimento) entra em conflito com a sua própria Perseguição, pois nela está imiscuída a necessidade (tão falsa como absolutamente problemática) de que a geração futura seja idêntica – a saber, que possua os mesmos paradigmas e tabus - à geração passada.

E o problema disto é que o entorpecimento de cada geração é extremamente contingente, de forma que a mínima subversão histórica implica em uma necessidade real de novas formas de entorpecimento, pois novas realidades horríveis nos são impostas na medida em que a história acontece.

A Perseguição da geração futura desta forma entra em conflito com a Perseguição da geração anterior, ambas extremamente sutis, e a única forma de coexistência pacífica é o reconhecimento moral das novas formas de entorpecimento como absolutamente válidas - a menos que entrem em conflito direto com o fim último de ambas as gerações: a Felicidade Entorpecida.

A vida não é séria, o mundo não é sério, e nenhum de nós escolheu nascer - embora cada geração faça o possível para convencer a futura de que esta escolha foi na verdade um presente para o Advindo e não um fardo a ser carregado pela irresponsabilidade de Pais que jamais são ou serão maduros o suficiente para tomar a decisão de criar um novo ser vivo em um novo conjunto de paradigmas.

Fodam-se os seus paradigmas: deixe os meus em paz, e ambos poderemos desfrutar, até mesmo conjuntamente, da efêmera possibilidade de felicidade que temos como refúgio último deste Imperativo Vital, desta Ordem que recebemos pela maior decisão que um ser humano pode tomar (a saber: “devo ou não inserir um novo ser, extremamente sensível e passível de dor e sofrimento, neste mundo absolutamente imprevisível”) e que o funcionamento da natureza exige que seja feita sem o consentimento prévio daquele que será absoluta e plenamente afetado pela decisão – pois isto implicaria, provavelmente, em um imediato desaparecimento da espécie.

Sunday, November 11, 2007

Ode to God and His Likeness to Mankind

In His Image and Resemblance?
God.

When the Kingdom Comes and you and I are obliged to meet his sadistic and anthropomorphic Inefable Ass - we better run fast.

Consider the possibilities: Our Holy Incompetent Father with Infinite Power.

Probably our fault anyway; we’re too damn boring.

And He… well, He just took too much.

And now He's away.
Like us.

Occupied jerking off to some old religious tranny inside an illegal and ethereal Vaticanical Casino.

A Revolução Pós-Moderna

Enfim, chegamos ao termo da antiga abordagem da verdade:

Piratas na Baía de Santos.

Os times de futebol não reconhecem mais os títulos de campeonatos uns dos outros.

O Ignorante e Imbecil Imperador do Brasil na OPEP.

Os jornalistas televisivos contando as notícias como se fossem retardados mentais se dirigindo a deficientes auditivos.

A Cavalaria Polonesa invade o Pentágono.




E é tudo culpa do Kant, que acorrentou o genero humano à verdade de tal forma que a verdade nos libertou.

Somos todos Piratas da Baía de Santos.