Dysfemismo

Saturday, March 31, 2007

Humano

Ser humano é apegar-se de tal inextricável maneira à sua consciência historica e antropologicamente germinada que torna-se regra geral de aplicação prática a troca de sua vida material pela racionalmente obscurecida (desde a morte teórica de Deus) ilusão de vida eterna.

Monday, March 19, 2007

Não é o Segundo Sexo!

Não sou biólogo. A maior parte de vocês também não é. Espero colocar a minha questão da forma mais precisa possível sem pormenorizar sobre boa parte de sua complexidade devido aos meus óbvios e implícitos propósitos.

Todos aprenderam na escola que um homem é diferente de uma mulher porque um carrega dois cromossomos X e outro um cromossomo Y e um X, sem se dar conta de que isso é explicar que uma geladeira é diferente de um refrigerante porque num está escrito Brastemp e no outro está escrito tubaína. E não responde nem um pouco a questão quando saímos da nossa espécie. As respostas são obscurecidas pela nossa educação.
O fato é que só existe diferença entre sexos quando há presença de gametas diferenciados. Um macho é o carregador do gameta macho e a fêmea é a carregadora do gameta fêmea. Então a resposta a esta questão está, obviamente, nos gametas.
Em algum momento da reprodução sexuada, havia isogametas, dos quais evoluíram os gametas machos e os gametas fêmeas. O processo se deu da seguinte forma:

A união de dois isogametas tem como resultado zigotinhos isogametas. A evolução acabou por beneficiar, portanto, zigotinhos mais bem nutridos, o que consequentemente significou que os isogametas mais bem nutridos perpetuaram sua estrutura gênica através da evolução e em algum tempo tornaram-se abundantes. Como decorrência disso, foi possível proliferação de um outro tipo de isogameta, mais rápido – porque não carrega nutrientes, ou os carrega em menor quantidade – e que conseguia “chegar primeiro” nos isogametas mais bem nutridos unindo-se a eles e perpetuando sua estrutura gênica através dos zigotinhos. O processo tornou-se cada vez mais especializado, mais complexo, mais eficiente.

Atualmente, podemos nos referir a uma mulher como aquela que carrega o gameta nutritivo do qual o gameta rápido, cujo portador é o homem, pode se aproveitar devido a uma adaptação oportunista.

PS: Não discutirei o que é uma Mulher, porque pra mim é um conceito. Se a mulher é o segundo gênero, podemos até discutir. Mas o segundo sexo ela não é.

Saturday, March 17, 2007

Os Vícios e a Vida Eterna

Ótimo, então eu devo evitar tudo o que causa dependência química. Mas a dependência psíquica também não deve ser desconsiderada. Certo. E dependência psíquica é química. E tudo aquilo que você faz com muita freqüência vicia psiquicamente devido a toda uma burocracia neurológica que não vem ao caso agora, porque se eu começar a discorrer sobre isso a maior parte das pessoas vai simplesmente desencanar e abrir a veja.
Ainda é possível dizer, com as devidas ressalvas, que tudo aquilo que você faz com freqüência é o que você provavelmente mais gosta de fazer. *

Isso quer dizer que é imperativo que façamos exatamente as coisas que menos gostamos de fazer, alternando umas com outras pra garantir a imunidade ao inefável vício.
Bem vindo à vida sem vícios.

Além disto, constaria em algumas destas revistas de intelectuais-de-massa (que por razões obscuras, aparentemente, são todos interessadíssimos por todas as possíveis especulações que envolvam a mais remota relação com Jesus Cristo) que segundo interpretações pós-modernas da teoria da relatividade, se você conseguir perpetuar a vida sem vícios indeterminadamente desta forma você se tornará automaticamente imortal, já que a duração de uma atividade é proporcional ao prazer que você obtém dela (poucos minutos absolutos na fila de um banheiro depois de 8 latas de cerveja demoram relativamente centenas de vezes mais do que uma sensacional trepada de longuíssima duração absoluta) – e, portanto, uma atividade de tédio infinito teria duração de tempo infinita, ergo, assegurando a vida eterna e provando que a tradição cristã está tortuosamente certa.


* salvo obrigações, que viciam de formas mais sinistras e que não dizem respeito, momentaneamente, a meus propósitos.