Dysfemismo

Thursday, February 22, 2007

A Conspiração do Apocalipse

Concluímos, então, que aquilo de que temos consciência de sermos é fruto de uma hipercomplexização de interconexões neurais responsáveis pelo funcionamento das máquinas de sobrevivência dos Power Rangers gênicos que programaram os robôs de que “somos” a consciência operante. Isso significa que o fato de que nos consideramos uma entidade independente (sentimos que temos convicções, princípios, religiões, etc.) é somente o resultado eventual de um cérebro complexo demais; e a sobrevivência o puxou pra além dos limites do que seria de benefício pleno em longo prazo para as unidades genéticas, já que pululou o fenômeno da consciência e, consequentemente, desejos próprios que não necessariamente correspondem ao que se passa por “desejo” nas nossas unidades genéticas (obviamente, digo desejo no sentido metafórico já que o processo de mutação dos receptáculos primitivos dos Power Rangers – jangadas - até máquinas de sobrevivência com centros independentes de tomada de decisões – um Airbus A-320 - é resultado evolutivo e não intencional, explicado pelo fato de que um gene só controla o ambiente através da síntese de proteína, um processo muito mais lento do que o controle por estímulos nervosos).

Não podemos, porém, esquecer-mo-nos de que o que chamamos de “eu” foi minuciosa e aleatoriamente pré-programado como sistema operante independente de uma máquina. E nossos Power Rangers, programadores geeks, ficam sentados em seus sofás nitrogenados segurando um cubo de açúcar e um detergente antigo nas mãos enquanto fazemos o trabalho sujo de colocar mais deles no mundo.

Mas não é uma guerra de todos contra todos, mas uma guerra de ‘eu’s contra todos. Sistemas operacionais menos eficientes que o windows lutando contra Robôs que comem demais, bebem demais, cagam, mijam, vomitam, ficam cansados e não se dão bem com quase nada do que o Windows resolve que é legal fazer, e contra Power Rangers imortais que não estão nem aí pra um mero sistema operacional de um robô, insubordinado e arrogante (o sistema, e não o robô), um mero mortal que perpetua voluntariamente (apesar de toda a onipotência) seus genes porque foi pré-programado em todos os sentidos pra isso. Se a consciência não se mostrasse/mostrar eficiente para a perpetuação dos Power Rangers, ela não duraria/durará nada nos punhos de aço da evolução.

E essa é uma guerra que os power rangers jamais poderão perder. Nossas máquinas somente aceleraram e adulteraram o processo de seleção natural (transformando-o num processo de seleção artificial, que apenas seleciona genes diferentes mas não os coloca pra fora de brincadeira) quando começaram a fabricar máquinas de sobrevivência programadas para algum outro fim (como transformação em hambúrgueres do Mc Donald’s subseqüente ao genocídio controlado) e continuarão apenas nisso quando o fizerem plenamente em nossos corpos (como em GATTACA ou em James Hugues e a sua democratic transhumanization contra a discriminação genética ulterior ao acesso e ao controle pleno do mapeamento individual de cada Power Ranger em uma pessoa).

O mais interessante é que sabemos perfeitamente para onde vamos. Sabemos que o planeta está em ruínas e que é provável que nossa geração ainda sofrerá conseqüências assombrosas por causa disso, mas ninguém parece estar disposto a fazer nada até chegar o point of no return. Nós e nossa maldita democracia de massas manipuladas pelo Inefável Tubo Catódico e pelos Sagrados Papéis Semanalmente Impressos que tem o privilégio de decidir qual o filho da puta que todos vão passar os próximos quatro anos amaldiçoando. Alguém por aqui ainda tem alguma dúvida de que está tudo errado (além dos publicitários e dos advogados, é claro, que inexoravelmente conseguem sair dessas situações convencendo alguém de alguma coisa)?.

“Acredito que sejam aqueles que não sofrem de paranóia full-time os insensatos deste mundo”
"Se há a mais remota convergência entre eu e os afogadores de bebês com incenso é a convicção na malignidade da televisão"

"Se existisse justiça no mundo não existiria o direito"

(*o texto ainda precisa ser revisado, aberto a eventuais corrreções gramaticais e a sugestões decentes - excluíndo, portanto, comentários imbecis reclamando do meu estilo)

Friday, February 09, 2007

O cliente tem sempre razão, desde que esteja diante de um subalterno do subalterno do acessor de algum empregado. Mas então eles tiram todo o poder de decisão dos párias hierárquicos supra-citados (geralmente os únicos com quem voce tem a oportunidade de discutir, o pessoal do atendimento) e, embora voce esteja certo, eles não podem fazer nada pra te ajudar porque, infelizmente, não tem poder de decisão algum.