Morte por Causas Naturais
Ela vem, e todos nós sabemos disso. E não vai ser bonito, nem feliz. Ela é nosso pastor, nosso guia - aquilo que leva alguns de nós à fútil tentativa de afasta-la ao máximo baseando-nos em estatísticas; é também a mesma que nos afoga nas loucas frivolidades que estatisticamente aproximam-na de nós, já que nos é inevitável.
Falamos em causas naturais de morte. Mas quão natural é uma morte prolongada, e não estou falando aqui de máquinas ou de medicações mas de uma vida sem condições de sobrevivencia num ambiente natural. E é aí que as coisas ficam interessantes. Nosso ambiente não é 'natural' nesses termos.
Sexo natural é estupro.
Interação social natural é assassínio.
A morte natural é aquela nas mãos do mais apto.
No entanto, chamamos de morte por causas naturais justo àquela que não é causada por nenhum agente mortal externo. Referimo-nos à morte por causas naturais como aquela inevitável, aquela que tentamos evitar com todos os nossos vãos esforços.
Por alguma razão, enquanto a natureza é o assassinato, a causa natural é o apodrecimento progressivo em um ambiente protegido de causas naturais de morte. Mas definhar é justo aquilo que não acontece naturalmente, porque já é tarde demais quando chega esta hora.
Quão natural é sentar no sofá esperando pela sua morte, tomando todos os cuidados para evitá-la? E quão natural seria ir de encontro a ela, já que é inevitável?
Seria o suicídio a morte mais natural em nosso ambiente, já que nossa natureza é a manipulação artificial das causas naturais?
O resultado é uma superpopulação miserável.
Talvez o problema seja o seguinte: é de nossa natureza evitar a morte sobreviver, mas a morte é o que nos há de mais natural nesta vida.
Temos então que a medicina é tão natural quanto o suicídio, tão natural quanto o genocídio, quanto a extinção.
A extinção de nossa espécie é irrelevante, mas a superpopulação não é.
Para quem realmente se importa, a melhor morte é aquela que leva consigo o maior número de outras vidas possível.
A morte natural é a morte de um anarquista, de um nórdico. A caminhada rumo à morte possível, com um propósito.
Quantas coisas não deixamos de fazer pelas suas possíveis consequencias futuras em nossas vidas?
Que a morte, quando inevitavelmente próxima, nos lembre destas coisas. Com isto em mente, ela é nossa aliada - a possibilidade da morte já não é mais um impedimento, é um fato que abre um universo inteiro de possibilidades fechadas àqueles que ainda pretendem muito com sua vida, e temem perde-la.
Por Valhala, por uma morte bela e digna para aquele que saiu da antecamara do limbo para deparar-se frente a frente com seus mais mortais e maravilhosos desejos.
A morte se aproximando não é o toque frio de uma foice, mas o epítome glorioso de uma longa e escravizada espera.
Falamos em causas naturais de morte. Mas quão natural é uma morte prolongada, e não estou falando aqui de máquinas ou de medicações mas de uma vida sem condições de sobrevivencia num ambiente natural. E é aí que as coisas ficam interessantes. Nosso ambiente não é 'natural' nesses termos.
Sexo natural é estupro.
Interação social natural é assassínio.
A morte natural é aquela nas mãos do mais apto.
No entanto, chamamos de morte por causas naturais justo àquela que não é causada por nenhum agente mortal externo. Referimo-nos à morte por causas naturais como aquela inevitável, aquela que tentamos evitar com todos os nossos vãos esforços.
Por alguma razão, enquanto a natureza é o assassinato, a causa natural é o apodrecimento progressivo em um ambiente protegido de causas naturais de morte. Mas definhar é justo aquilo que não acontece naturalmente, porque já é tarde demais quando chega esta hora.
Quão natural é sentar no sofá esperando pela sua morte, tomando todos os cuidados para evitá-la? E quão natural seria ir de encontro a ela, já que é inevitável?
Seria o suicídio a morte mais natural em nosso ambiente, já que nossa natureza é a manipulação artificial das causas naturais?
O resultado é uma superpopulação miserável.
Talvez o problema seja o seguinte: é de nossa natureza evitar a morte sobreviver, mas a morte é o que nos há de mais natural nesta vida.
Temos então que a medicina é tão natural quanto o suicídio, tão natural quanto o genocídio, quanto a extinção.
A extinção de nossa espécie é irrelevante, mas a superpopulação não é.
Para quem realmente se importa, a melhor morte é aquela que leva consigo o maior número de outras vidas possível.
A morte natural é a morte de um anarquista, de um nórdico. A caminhada rumo à morte possível, com um propósito.
Quantas coisas não deixamos de fazer pelas suas possíveis consequencias futuras em nossas vidas?
Que a morte, quando inevitavelmente próxima, nos lembre destas coisas. Com isto em mente, ela é nossa aliada - a possibilidade da morte já não é mais um impedimento, é um fato que abre um universo inteiro de possibilidades fechadas àqueles que ainda pretendem muito com sua vida, e temem perde-la.
Por Valhala, por uma morte bela e digna para aquele que saiu da antecamara do limbo para deparar-se frente a frente com seus mais mortais e maravilhosos desejos.
A morte se aproximando não é o toque frio de uma foice, mas o epítome glorioso de uma longa e escravizada espera.
6 Comments:
A morte é uma boa conselheira ...
Adorei a frase final.
Vou reproduzir no Arguta com uma chamada para a tua postagem
Bj
By Flavio Ferrari, At 1:35 PM
Ela vem... A morte vem e já pensei muito nela, mas jamais nesses termos.
Você põe em cheque todas as definições.
O que é morte? O que é natural?
Valha-me Deus essa metralhadora que questiona.
Essa noite farei como sua postagem anterior. Vou desistir de dormir...
Flavio (arguta) chamou, eu vim e gostei muito.
bjs
Rossana
By Batom e poesias, At 3:32 PM
Melhor a morte a espera.
\o/
Culpa do Flavio, tou aqui! =D
By Anonymous, At 4:59 AM
Boas e verdadeiras considerações...
Há mortes e mortes...
Raul Seixas resumiu em sua música...
"Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar..."
A melhor maneira de morrer, é viver intensamente!
Beijos!
PS: O Flávio sempre dá excelentes dicas! Voce é uma boa surpresa...
By Ava, At 8:46 AM
eu não tenho certeza de viver tão intensamente quanto o raul seixas, já tentei e não dá muito certo
acho que é melhor viver intensamente na juventude, moderadamente na maturidade, e, na veliche, chutar o balde enquanto ainda é tempo.
By Dr. Voldo, At 6:00 AM
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