Palavra de Honra
Parece-me que o cândido vulgo acredita que alguém pode simplesmente viver com sua honra suspensa no éter imaculado, mentir, sacanear, ofender, transgredir, violar, enfim: cometer todas as injurias e perjúrios que lhe ocorrerem impunemente. E, quando realmente tiver necessidade, é só invocar sua intacta e abstinente honra de seu éter suspenso para utilizá-la como arma secreta.
Não faz sentido algum. Você não pode escolher quando a honra está em jogo e quando não está. Ela sempre está. Prometer algo não faz sentido algum, é dizer: “olha, eu costumo mentir, mas juro que agora não estou mentindo”. “Juro” e “Prometo” são palavras, como todas as outras; a única coisa que nos faz ter algum respeito extra por essas duas expressões é o fato de que são, usualmente, o último fio de esperança de alguém que está apelando com seu último recurso.
Uma mentira é uma mentira; jurada, juramentada, prometida, asseverada, afiançada, penhorada, garantida, professada, votada, ou não.
As palavras não têm diferentes valores, diferentes quantidades de ser. Por mais que tenhamos uma doce e ingênua ilusão de que a palavra amor vale mais do que a palavra abajur, ela não vale. São só palavras.
Mas ainda há um argumento final, utilizado por aqueles que defendem tal prática: ao tratar-se de um acordo, na medida em que as partes mentirosas realmente atribuem determinado valor elevado às promessas, o evento de fato se passa como se as palavras de honra valessem mais do que suas palavras normais. Mas isso só pode ocorrer se as duas partes atribuírem realmente esse valor às palavras.
Todavia, você nunca poderá saber se a outra parte confere realmente esse poder à suas palavras ou não. E eu também sugiro que você não se esqueça de que, além do suposto acordo, não há diferença.
Tendo isso em mente, jure à vontade. Mas se me vir jurando, eu provavelmente estarei bêbado.
Não faz sentido algum. Você não pode escolher quando a honra está em jogo e quando não está. Ela sempre está. Prometer algo não faz sentido algum, é dizer: “olha, eu costumo mentir, mas juro que agora não estou mentindo”. “Juro” e “Prometo” são palavras, como todas as outras; a única coisa que nos faz ter algum respeito extra por essas duas expressões é o fato de que são, usualmente, o último fio de esperança de alguém que está apelando com seu último recurso.
Uma mentira é uma mentira; jurada, juramentada, prometida, asseverada, afiançada, penhorada, garantida, professada, votada, ou não.
As palavras não têm diferentes valores, diferentes quantidades de ser. Por mais que tenhamos uma doce e ingênua ilusão de que a palavra amor vale mais do que a palavra abajur, ela não vale. São só palavras.
Mas ainda há um argumento final, utilizado por aqueles que defendem tal prática: ao tratar-se de um acordo, na medida em que as partes mentirosas realmente atribuem determinado valor elevado às promessas, o evento de fato se passa como se as palavras de honra valessem mais do que suas palavras normais. Mas isso só pode ocorrer se as duas partes atribuírem realmente esse valor às palavras.
Todavia, você nunca poderá saber se a outra parte confere realmente esse poder à suas palavras ou não. E eu também sugiro que você não se esqueça de que, além do suposto acordo, não há diferença.
Tendo isso em mente, jure à vontade. Mas se me vir jurando, eu provavelmente estarei bêbado.