Peculiaridades de nossa Magnífica Espécie
Uma das características mais maravilhosas de nossa esplêndida espécie é evidenciada pelo fato de que se descobrem uma coisa que não faz mal às outras pessoas mas pode fazer mal a você, ela é prontamente proibida (salvo os casos específicos dos acima-da-lei alcool e cigarro); por outro lado, se inventam armas que podem fazer muito mal a todos os outros mas que só farão mal a você se você for um completo retardado mental ou nas historinhas de criança-atrás-da-cortina, o máximo que fazem é restringir a posse.
Eu posso andar com sabres, katanas e uma colt se eu tiver um porte, mas nao há nenhuma situação em que eu possa injetar heroína sentado na frente de um policial enquanto ainda me restar bom senso.
Eu posso andar com sabres, katanas e uma colt se eu tiver um porte, mas nao há nenhuma situação em que eu possa injetar heroína sentado na frente de um policial enquanto ainda me restar bom senso.
8 Comments:
A coerência é algo que admiro sempre...
By Anne M. Moor, At 2:01 PM
c'est la vie
By Flavio Ferrari, At 6:22 PM
O pior é quando negam isso por imoralidade precária de consequencia e não por principio. Injetar é errado, logo, não vou me opor a uma lei que proibe alguem de fazer o que quiser com o PRÓOOPRIO corpo!
Além do mais eu posso ENGOLIR uma faca pela lei, e eu garanto que isso me prejudicaria muito mais do que heroína. E dai podem dizer que engolir uma faca é ruim e ninguem iria querer fazer consigo mesmo.
Mas porra! então vão me admitir que injetar heroína e bom e proibir justamente por isso? Me parece inclusive pior do que não proibir a faca.
Sem contar do que uma população zumbi de heroína é infinitamente melhor e mais saudável do que uma população inteira morrendo de medo perpetuamente do poder do crime organizado. Sustentado por quem? Pelo usuário? É claro que não, porque usuário é cidadão, e lei é pra cidadão. Logo, quem enriquece e sustenta o crime, logo, a proibição, thus, ergo, hence, o governo.
e daí me perguntam porque eu encano com isso das drogas (que, logicamente, é o último fio de resistencia patética que exerce o interlocutor), uma espécie de acusação implícita na tentativa de invalidação lógica de toda argumentação pelo famoso 'Argumento de Negação Pessoal' de que tanto falo.
E lhes digo que o aborto e a eutanasia também me preocupam, mas que existe camisinha e que eu nao penso muito em o que fazer quando morrer. Mas que o crime organizado, este sim, me emputece.
By Dr. Voldo, At 1:05 PM
Uma leve brisa de socialismo está no ar... mas o que vejo é apenas um grande "A" envolto num circulo em cor vermelha.
By Anonymous, At 1:40 PM
Temos também o crime desorganizado, que é um porre e mais difícil de evitar.
E o crime organizadíssimo, com sede institucional em Brasilia.
A questão das drogas é complexa e tratada de maneira hipócrita, moralista e ilógica. Você mesmo já postou algo bastante interessante sobre o tema ha algum tempo.
É simplista abordar a questão das drogas como uma decisão pessoal. Os "zumbis" da heroina muito rapidamente provocam um grande estrago a sua volta, seja ativamente, roubando a familia, seja passivamente, porque pai, mãe, irmãos, amigos e quetais não conseguem deixar o sujeito se destruir sossegado.
Isso não invalida a tese de que o tema é tratado de forma imbecil pela sociedade, sustentando o crime organizado e alimentando a corrupção.
By Flavio Ferrari, At 2:00 PM
Uma explicação simples e conciso prá expor o ridículo da criminalização do uso de drogas. Bacana, parabéns!
By Udi, At 4:23 PM
Nem na frente, nem atrás. Muito bom senso!- visitei e deixei um abraço.-zuleica
By zuleica-poesia, At 7:18 AM
Concordo, discordo e acrescento:
A cadeia das drogas -- legais ou ilegais -- é mais facilmente compreendida (sem julgamento de mérito) como uma cadeia de negócios como outra qualquer.
E, sob esse ponto de vista, o usuário tem, sim, sua participação.
Confesso que não acredito em discriminalização de alguma droga como solução. Nem na criminalização como raiz do problema.
Até porque, como disse o Flavio, criminoso ou não o usuário não vai se comportar de modo diferente.
Mas sim, é um tema complicado mesmo.
By Ernesto Dias Jr., At 7:37 PM
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