A Nova Renascença
Tomemos a Renascença original: morre a ciência aristotélica do senso comum, rainha da Europa desde que o mestre de Chalkidiki repreendeu seu próprio mestre por pecar pelo excesso de estudo das ciências matemáticas e geométricas e que só seria substituída na modernidade pela nova ciência arquimédica e galilêica (dando o trono de volta a Platão). O resultado para o populacho, para o vulgo, para todos aqueles que não eram mestres cientistas, foi a proliferação das ciências ocultas e não-científicas da magia. Sem a ciência do senso comum para fornecer-lhes respostas, resta-lhes somente o conforto do ad hoc ergo ante hoc.
Ora, a física moderna – que começa com galileu e termina com Einstein, encontra seu ocaso nas conseqüências do pós-relatividade: a interferência a distância do sujeito, Quem Somos Nós e O Segredo, a retrocausalidade e a aleatoriedade imprevisível influenciável pelo observador.
É assim que a pós-modernidade torna-se a Nova Renascença: na incerteza da ciência, não mais fundamentada pelo solapamento da antiga, mas pelo avanço descomedido da nova, que sincretiza, por fim, o conhecimento cientifico à magia negra. Qualquer opinião torna-se válida, qualquer comentário torna-se válido, qualquer meio para qualquer fim tornam-se válidos porque não há parâmetro. Se a ordem feudal foi do senso comum de Aristóteles e a moderna da geometria de Platão, a Pós-Modernidade é de Aiwass.
Entretanto, não posso deixar de destacar um caráter mais caótico da Nova Renascença: a primeira nos remete à Grécia Clássica, socrática, e sua base de sustentação, análoga a soteriologia estóica da Verdade, é o axioma cartesiano que prova a existencia de Deus para permitir o logos. Ela é cósmica. Por outro lado, a Nova Renascença é posterior à morte de deus, que, enterrando o logos, sopra a luz do Caos.
*Aiwass é a entidade hermética que ditou à Aleister Crowley o Thelema, inspirada, provavelmente, no Thelema de Rabelais em Gargântua e Pantagruel.
Ora, a física moderna – que começa com galileu e termina com Einstein, encontra seu ocaso nas conseqüências do pós-relatividade: a interferência a distância do sujeito, Quem Somos Nós e O Segredo, a retrocausalidade e a aleatoriedade imprevisível influenciável pelo observador.
É assim que a pós-modernidade torna-se a Nova Renascença: na incerteza da ciência, não mais fundamentada pelo solapamento da antiga, mas pelo avanço descomedido da nova, que sincretiza, por fim, o conhecimento cientifico à magia negra. Qualquer opinião torna-se válida, qualquer comentário torna-se válido, qualquer meio para qualquer fim tornam-se válidos porque não há parâmetro. Se a ordem feudal foi do senso comum de Aristóteles e a moderna da geometria de Platão, a Pós-Modernidade é de Aiwass.
Entretanto, não posso deixar de destacar um caráter mais caótico da Nova Renascença: a primeira nos remete à Grécia Clássica, socrática, e sua base de sustentação, análoga a soteriologia estóica da Verdade, é o axioma cartesiano que prova a existencia de Deus para permitir o logos. Ela é cósmica. Por outro lado, a Nova Renascença é posterior à morte de deus, que, enterrando o logos, sopra a luz do Caos.
*Aiwass é a entidade hermética que ditou à Aleister Crowley o Thelema, inspirada, provavelmente, no Thelema de Rabelais em Gargântua e Pantagruel.
9 Comments:
Está aí, pai. Mais sintético que isso não fica.
ps: não resisti a alusão ao Mr. Crowley do Ozzy Ousbourne devido ao meu amor pelo metal.
By Dr. Voldo, At 4:49 PM
Tks ... só não meteria "O Segredo" no meio disso. É muuiitooo ruim.
By Flavio Ferrari, At 8:29 PM
A contra-cultura foi destrída há algum tempo atrás para agir por debaixo dos panos como anti-cultura dando forças a uma nova reinventada velha cultura.
By Bruno, At 4:29 AM
Você me ultrapassou. Ou ando com a cabeça sufocada pelas atuais desgraças. Mas estou só de visita.-abraços-zuleica
By zuleica-poesia, At 6:53 AM
Hahaha
eu acho que não ter vergonha nada cara é um pouco melhor do que viver um homen
depois eu leio e comento o seu texto, não seu comentário.. é
By nari., At 9:16 AM
Tomei a liberdade de colocar o axioma cartesiano como sustentação cósmica da primeira Renascença porque, ainda que ele lhe seja posterior em formulação, Deus estava absolutamente vivo durante o período renascentista.
By Dr. Voldo, At 10:28 AM
Por outro lado, Caos é o novo deus, destituído de noções infantis antropomórficas.
By Anonymous, At 3:38 PM
Novo?
Caos é o deus mais velho que existe. É em função dele que todos os outros deuses tiveram de ser criados.
By Dr. Voldo, At 3:48 PM
Velho sim, mas novo, como uma série de abordagens recentes, incluindo a de deuses. Pode se falar, " ah, a energia atômica é uma nova descoberta ", mas é velha também, vide J.Bergier e seu encontro alquímico. Novo no sentido que até pouco tempo atrás não se pensava " Óia meu fio, sabe aquilo que se chama de Deus, aquela entidade antropomórfica sentada num trono e caralho a quatro? Esse Deus está morto. O que existe é o Caos"
By Anonymous, At 2:27 PM
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