Dysfemismo

Saturday, August 18, 2007

Apokatástasis Pantón

Com voces, o capítulo 0 de minha criação. Podem observar fortes referencias aos apocalipses dos evangélhos, Aleister Crowley, William S. Burroughs, H.P Lovecraft, etc. Virem-se.


Aviso ao Leitor:

A presente obra me foi ditada, segundo o princípio da retrocausalidade (post hoc ergo ante hoc), pelo meu próprio espírito. Não é, portanto, uma obra de causa em meu eu presente, pois constitui o efeito da obra causal na mente do meu corpo póstumo cujo espírito já fora liberto para ditar ao próprio corpo passado a presente obra.

0. Apokalypsi

Eis que, nada Acontece.

No decadente e resplandecente epítome de sua magnífica glória, os homens contemplaram seu auto-inculpável apocalipse quando a última gota de seiva tocou o chão e o último véu de seda elevou-se aos céus. We are not responsible. Steal anything in sight.

O hímen da Babilônia reconstituído por cirurgia plástica, Azazel capturado; Salvação, Glória, Honra e Poder, onde estão? Silêncio. O logos de crachá em sangue, com seu exército atrás, capitula.

Nenhuma trombeta falante, nem o anti-cristo: terremotos, raios, ciclones, o gelo e o fogo, Carvalhos e Pinheiros armados até os dentes, por fim, Quefas, o Soberbo, contemplou a ignobilizada e cientificizada população. Clamou em tal potência que não houve quem não escutasse:
- Pútridas e vis criaturas animadas, sofram a Fúria de Gaia! – sua voz tenebrosamente grave, dura, severa; tão rochosa quanto poderiam suportar e decodificar os ouvidos humanos.

Dez arautos sefiróticos reivindicam a terra para si: o putch de meggido. A humanidade, confinada em um espaço horizontal delimitado que se estendia desde profundezas subterrâneas até alturas estratosféricas, no território de Jerusalém (uma decisão considerada particularmente engraçada ao grupo armado de Carvalhos, que mal pôde conter o ébrio louvor vitorioso de seu ritual papavérico). Os Dez e seus homúnculos máquinovegetaicos garantiram a implementação de um sistema auto-sustentável de criogenia, indefinidamente perpetuável: cérebros ligados ao Inconsciente Coletivo, o Universo Perceptivo, um reflexo das profundezas inconscientes do computador supremo, Diane, Aur Ain Soph – a grande comedora de imagens, a multiplicadora de peixes: Da’at. Cada um torna-se o avatar de seu próprio Golem (emet em código de barras). A Vida eterna virtual, a nulificação máxima das distancias, a Última Aurora da civilização: nos forçada pelos piores e mais indignos orifícios imagináveis, abaixo. Infelix culpa.

Não há necessidade. Não há parâmetros. Não há restrição. Os resultados da auto-domesticação humana ecoam gregorianamente no abismo virtual a que nos condenamos; o retro-logos, em bits, brada: nothing is true, everything is permitted.

Tema, pois não sou o alfa nem o ômega, mas teu diem desmesuradamente carpado. São tantos os anjos com velas que mal se pode distingui-los entre os astros. Mas vejo melhor: é Cthulhu, o devorador de universos de possibilidade que preenche o vácuo entre eles (natura abhorret vacuum) e os equipara em Ser; Omnia vincit antropos, except Cthulhu. Desvendamos o arco-íris do Hlidskialf celeste e o mar de cristal secou com o logos. Amen.

7 Comments:

  • Pretendo dar um jeito de disponibilizar a história inteira online, pra quem se interessar.

    By Blogger Dr. Voldo, At 12:21 PM  

  • Ou tentar vender pra Wikipedia, porque a galera vai precisar

    By Blogger Dr. Voldo, At 12:22 PM  

  • Dá para anexar a bibliografia ?
    No ritmo que tenho conseguido ler, acho que só vou poder comentar esse texto lá para 2012 ...

    By Blogger Flavio Ferrari, At 7:00 PM  

  • Momentaneamente, sou Deus...
    Sinto que criei o Verbo ...

    By Blogger Flavio Ferrari, At 7:02 PM  

  • Blablabla... 'eu sou foda'.
    Que que eu posso comentar? Muito bom. Mas vc podia ser mais legal com os leitores.

    By Anonymous Anonymous, At 10:18 PM  

  • Senti imagens lindas, mas não compreendi o todo por ignorância, confesso. Em pessoa eu perguntaria, mas aqui não dá.-Parabéns pela extração dos parafusos. Fico feliz.- beijos-zuleica

    By Blogger zuleica-poesia, At 6:32 AM  

  • O nada surge e invade. Pós-moderno tentam nomear sem saber ao certo o que se passa, pois passa nada. Existência humana social coletiva psicografada em varias culturas de linhagens, não mais opostas, apenas diferentes. A herança provavelmente genética, existencial talvez, criação do psique baseado a etmologia Freudiana. Mas, onde o nada domina, nada tem, nada pode, nada tudo. Sobram-se apenas restos de um todo que um dia foi, e agora será, agora é algo cujo nome aparenta ser nada, pois o nada jamais pode ser.

    By Anonymous Anonymous, At 1:36 PM  

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